quarta-feira, 8 de junho de 2011

Ser um com Deus

Cristo sendo a cabeça e nós membros do corpo místico, estamos unidos elo a elo, todos somos um em Deus, uma única vida divina. Se Deus é Amor e está em nós, então não pode ser diferente o nosso amor para com os irmãos. Por isto o amor humano é a medida do nosso amor a Deus. Mas, é algo mais do que o simples amor humano. O amor natural se dirige a um outro, ligado pelos laços do sangue ou por afinidades de caráter ou por interesses comuns. Os outros são “estranhos”, que “não nos importam”, talvez até por seu jeito antipático, de forma que mantemos a devida distância.

Para o cristão não existe “gente estranha”. Próximo é aquele que encontramos em nosso caminho e que mais necessita de nós; indiferentemente, se é parente ou não, se a gente gosta dele ou não, se ele é “moralmente digno” da nossa ajuda ou não. O amor de Cristo não tem limites, ele nunca termina, ele não recua diante da feiura ou sujeira. Ele veio por causa dos pecadores e não por causa dos justos. E se o amor de Cristo mora em nós, então, façamos como Ele, indo ao encontro das ovelhas perdidas.

O amor natural visa a ter a pessoa amada para si, possuindo-a de forma mais exclusiva. Cristo veio, para devolver ao Pai a humanidade perdida; e quem ama com seu amor, este quer os homens para Deus e não para si. Este é, ao mesmo tempo, o caminho mais seguro para possuí-las para sempre; pois, se amamos uma pessoa em Deus, então somos com ela um em Deus, enquanto que o vício da conquista muitas vezes - mais cedo ou mais tarde - sempre resulta em perda. Há um princípio válido para todas as almas e para os bens exteriores: quem, ambiciosamente, se ocupa em ganhar e apropriar, perde; porém, aquele que tudo oferece a Deus, ganha para sempre.


Fonte: O Mistério do Natal -  Santa Edith Stein

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