sábado, 24 de dezembro de 2011

Natividade de N. Senhor Jesus Cristo

BAROCCI, Federico Fiori  “The Nativity”  1597

Impleti sunt dies ut pareret (Maria); et peperet filium suum primogenitum- "Completaram-se os dias em que (Maria) devia dar a luz; e deu a luz a seu filho primogênito" (Lucas 2, 6)

Imaginemos ver a Jesus já nascido na gruta de Belém e ouvir os anjos cantar glória a Deus e paz aos homens de boa vontade. Quais devem ter sidos os sentimentos que então se despertaram no coração de Maria, ao ver o Verbo Divino feito seu filho! qual a devoção e a  ternura de São José ao apertar contra o coração o santo Menino. Unamos os nossos afetos com os desses grandes personagens.


Quando Maria Santíssima entrou na gruta, pôs-se logo em oração. De súbito vê uma refulgente luz, sente no coração um gozo celestial, abaixa os olhos e,  ó Deus,que vê? Vê já diante de si o Menino Jesus, tão belo e tão amável que enleva os corações. Mas treme e chora; segundo a revelação feita a Santa Brigida , estendeu as mãozinhas para dar a entender que desejava que Maria o tome nos braços. Maria, no auge da santa alegria, chama José.

 - Vem, ó José,  disse ela, vem e vê, pois já nasceu o Filho de Deus. - Aproxima-se José, e vendo Jesus nascido, adora-o por entre uma torrente de doces lágrimas.

Em seguida, a santa Virgem, movida de compaixão materna, levanta com respeito o amado Filho, e conforme a já citada situação, faz por aquece-lo com o calor do seu rosto e do seu peito. Tendo-o no colo, adora o divino Menino como o seu Deus , beija-lhe os pés como a seu Rei, e beija-lhe o rosto como a seu Filho e procura depressa cobri-lo e envolvê-lo entre as mantilhas. Mas ai, como são ásperos e grosseiros os paninhos! Além disso, são frios e úmidos e naquela gruta não há lume para aquecê-los.

Consideremos aqui os sentimentos que surgiram no coração de Maria, quando viu o Verbo divino reduzido por amor dos homens a tão extrema pobreza. Contemplemos a devoção e a ternura que ela experimentou quando apertava o Filho de Deus, já sendo seu filho, contra o coração. Unamos os nossos afetos aos de tão boa mãe e roguemos a Deus Pai "que o novo    nascimento do seu filho Unigênito feito homem, nos livre do antigo cativeiro, em que nos tem o jugo do pecado." 

Jesus nasceu! Vinde, ó reis,  príncipes e todos os homens da terra, vinde adorar o vosso Rei. Mas quem é que se apresenta? ...Ah o Filho de Deus veio ao mundo, e o mundo não o quis conhecer. Porém, se não veem os homens, veem ao menos os anjos adorar o seu Senhor, e cantam jubilosos: Gloria in excelsis Deo et in terra pax hominibus bonae voluntatis. - "Glória a Deus nas alturas, e na terra paz  aos homens de boa vontade."  Glória a divina Misericórdia, que, em vez de castigar os homens rebeldes, fez o próprio Deus tomar o castigo sobre si, e assim os salvou. Glória a divina Sabedoria, que achou meio de satisfazer à Justiça, e ao mesmo tempo, de livrar o homem da morte merecida. Glória ao divino poder , que de um modo tão admirável venceu as forças do inferno. Glória finalmente ao divino Amor, que induziu um Deus a fazer-se homem e a levar uma vida tão pobre, humilde e penosa.  - Meu irmão unamos as nossas adorações as dos anjos e digamos com a nossa Santa Madre Igreja:

 "Gloria in excelsis Deo! Glória a Deus nas alturas e na terra paz aos homens de boa vontade. Nós Vos louvamos, Vos bendizemos,  Vos adoramos,  Vos glorificamos, graças Vos damos  por vossa grande  glória, Senhor Deus, Rei dos céus, Deus Pai todo-poderoso. Ó Senhor, Filho Unigênito de Deus,  Jesus Cristo, Senhor Deus, Cordeiro de Deus, Filho de Deus Pai: Vós, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós. Vós, que tirais o pecado do mundo, acolhei a nossa súplica.  Vós que estais  sentado à mão direita do Pai, tende piedade de nós. Porque só Vós, ó Jesus Cristo, sois Santo, só Vós o Senhor, só Vós o Altíssimo, com o Santo Espírito, na glória de Deus Pai. Assim seja!

Santo Afonso Maria de Ligório

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